“Há diversos estudos que desmentem a fala do ministro Paulo Guedes, que quer vender uma ilusão”, diz coordenadora do Dieese
A ideia do ministro da Economia, Paulo Guedes, de
zerar os encargos trabalhistas para, supostamente,
criar empregos é mais uma ilusão do atual governo. A
coordenadora de pesquisa do Dieese, Patrícia
Pelatieri, lembra que se trata de uma concepção
rejeitada por estudos e até mesmo por economistas
liberais, pois não se sustenta.
“Até os economistas liberais, como Marcos Lisboa,
afirmam que a desoneração não é um gatilho para a
geração de empregos. Com a desoneração, é mais óbvio
que ocorram ajustes internos nas empresas,
aumentando a margem de lucro. Foi o que ocorreu com
a desoneração feita pela ex-presidenta Dilma, que
não gerou empregos. Há diversos estudos que
desmentem a fala do ministro, que quer vender uma
ilusão que não se sustenta”, criticou Patrícia, em
entrevista à Rádio Brasil Atual, nesta segunda-feira
(25).
A justificativa de Guedes é de que os empresários,
isentos de impostos, contribuirão para o crescimento
do país. Entretanto, a especialista do Dieese lembra
que esta não é a lógica do capital. “As empresas
utilizam essa desoneração para fazer uma recuperação
da margem de lucros, como eles mesmos já falaram.
Com a crise, eles reduziram essa margem, mas com a
desoneração, recompõem. A lógica do capital não é
uma lógica social, mas do lucro. Em primeiro lugar,
sempre virá o dinheiro, independentemente da taxa de
desemprego”, afirmou.
Após realizar as reformas, também com a justificativa de criar empregos, Guedes volta a trabalhar para retirar mais direitos do trabalhador. “O que define a geração de emprego são outros fatores, como a demanda do consumo. Quando você tem uma população empobrecida, ela não consome e não gira a economia. Sem essa demanda, não há a decisão do investimento em empregos. Portanto, a justificativa de Guedes não se sustenta”, acrescentou.
Fonte: Rede Brasil Atua