Apesar dos constantes ataques do governo aos trabalhadores e ao movimento sindical, entidades de diversas categorias negociam cláusulas sanitárias e trabalhistas
Desde o início da pandemia de coronavírus,
sindicatos de diferentes categorias em todo o Brasil
têm buscado garantir os direitos dos trabalhadores,
ameaçados por iniciativas do próprio governo, como é
o caso da aprovação na Câmara da Medida Provisória
(MP) 905, que institui a carteira “verde e amarela”.
Foram 38 acordos firmados, nos últimos dois meses,
no setores do comércio, indústria, bancos,
construção civil, saúde, transportes,
teleatendimento, vestuário, hotéis e restaurantes.
São acordos coletivos, emergenciais, provisórios ou
que adicionam cláusulas às negociações anteriores.
Segundo levantamento realizado pelo Dieese,
destacam-se medidas para preservar a saúde dos
trabalhadores, como ações de prevenção e higiene no
ambiente de trabalho. E também para garantir a
estabilidade no emprego.
São licenças remuneradas, férias individuais ou coletivas, suspensão temporária do contrato de trabalho – o chamado lay-off –, além da redução parcial das jornadas e salários e até licenças não remuneradas, em último caso.
Esforço coletivo
Apesar dos acordos individuais previstos na MP 936 – outra medida do governo que ataca direitos – o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, destaca a importância dos sindicatos. Mesmo quando negociar sozinho, o trabalhador deve procurar orientações junto à entidade que o representa.
“Essa é a função dos sindicatos. O principal
objetivo, nesse momento, é a proteção da vida e dos
empregos dos trabalhadores”, afirma Fausto a Glauco
Faria, para o Jornal Brasil Atual desta sexta-feira
(17). Ele também destaca que as entidades sindicais
têm buscado inovações, como a realização de
assembleias virtuais e o estabelecimento de canais
eletrônicos de informação para auxiliar os
trabalhadores. Também têm adotado medidas que buscam
dar mais agilidade aos acordos.
O diretor do Dieese ressalta que a participação dos
sindicatos é importante não apenas para garantir a
preservação dos direitos dos trabalhadores, como
também oferece “segurança jurídica” às empresas.
Segundo ele, a busca de entendimento entre patrões e
empregados é importante para manter o funcionamento
de importantes setores da economia.
Fonte: Rede Brasil Atual