O movimento sindical reage à fala de Jair Bolsonaro de que as leis trabalhistas devem mudar ainda mais para “que se aproximem da informalidade”. A declaração ocorreu durante encontro quarta, dia 12, com a bancada do DEM. Se concretizar essa intenção, o futuro governo precarizará ainda mais o trabalho, já atacado duramente pela lei trabalhista de Temer, a 13.467/2017.
Força – Em contato com a Agência Sindical, Miguel
Torres, presidente da Força Sindical, classificou a
intenção de “desumanidade”. O dirigente também
alerta que, ao criticar o Artigo VII da
Constituição, Bolsonaro sinaliza que, a fim de
defender o capital (ele reafirmou ao DEM: “ser
patrão no Brasil é um tormento”), ele pode querer
mudar a Carta Magna.
Miguel Torres lembra que, embora o Plano de Governo
do candidato Bolsonaro reservasse apenas 113
palavras ao mundo do trabalho, ele dizia que os
direitos assegurados na Constituição não seriam
mexidos. “Agora, diz Miguel, ele mostra intenção de
alterar o Artigo VII, abrindo caminho pra mexer
também no Artigo VIII, provocando o desmonte da
estrutura sindical”.
Base – O dirigente, que também preside o Sindicato
dos Metalúrgicos de São Paulo, adianta que a
entidade ampliará o trabalho de esclarecimento junto
à categoria. “Muitos trabalhadores votaram no
Bolsonaro, apesar de nosso alerta de que seria
temerário. Agora, vamos voltar às portas de fábricas
e relembrar as recomendações que havíamos feito. E
chamar o pessoal para a necessidade de resistir”,
ele afirma.
Em artigo publicado no site da Força Sindical – “Que
País é este?!” – Miguel comenta: “Declarações como
estas reforçam, ainda mais, a sua falta de
consideração e demonstra total desconhecimento da
situação causada pela reforma trabalhista, que
cortou direitos e, ao contrário do prometido, não
gerou empregos no País”.
Mais informações: www.fsindical.com.br
Fonte: Agência Sindical