Entidades celebram aprovação de programa emergencial na Câmara e põem estrutura dos sindicatos à disposição para atendimento de pacientes
As centrais sindicais comemoraram a aprovação, pela
Câmara, de um programa de renda mínima emergencial
durante a crise do coronavírus. E afirmam que o país
não pode ficar “refém das posições que minimizam a
gravidade da pandemia, muitas das quais originárias
no centro do Palácio do Planalto e propaladas pelo
presidente Jair Bolsonaro”. Também esperam votação
“urgente” no Senado.
“Consideramos a renda mínima emergencial
imprescindível para o combate à crise sanitária, uma
vez que ela ajudará a superar as adversidades
econômicas da quarentena que todos temos que
cumprir”, afirmam as entidades, em nota divulgada na
tarde desta sexta-feira (27). E lembram que a medida
faz parte de um conjunto de propostas que as
centrais haviam encaminhado ao presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Além disso, os sindicalistas propõem medidas de
proteção às empresas, principalmente micro, pequenas
e médias. Para que “possam manter os empregos e
honrar suas obrigações, e a suspensão ou adiamento
do pagamento de tarifas básicas (água, luz, gás e
impostos) dando condições para que famílias e
empresas possam reorganizar o pagamento de suas
dívidas e financiamentos”, argumentam.
Proteção às empresas
As centrais afirmam estar “avaliando” medidas anunciadas pelo governo sobre financiamento a pequenas e médias empresas, também apresentadas ao Congresso. “Essas e outras medidas, que são indicadas pelos organismos multilaterais e que vem sendo adotadas pela grande maioria dos países, devem compor um plano coordenado de enfrentamento da crise preservando a saúde e a vida de todos e mantendo a capacidade do sistema produtivo”, reforçam.
As centrais informam ainda que seus sindicatos, federações e confederações filiados vão colocar à disposição das autoridades estruturas como sedes, colônias de férias e clubes, para que sejam transformadas em postos de atendimento. “Tais estruturas poderão criar cerca de 5 mil novos leitos para pacientes do coronavírus”, afirmam, falando em solidariedade.
Confira a íntegra da nota:
Centrais Sindicais celebram a aprovação da renda mínima emergencial
As Centrais Sindicais (CUT, Força Sindical, UGT,
Nova Central, CTB e CSB) saúdam a instituição da
renda mínima emergencial de R$ 600,00 por pessoa e
até R$ 1.200,00 por família, aplicável por três
meses, para trabalhadores informais, autônomos,
microempreendedores individuais, beneficiários do
Bolsa Família e desempregados, aprovada pela Câmara
dos Deputados.
Essa medida está do conjunto de propostas que as
Centrais apresentaram e trataram com o presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para enfrentar a
crise sanitária.
Consideramos a renda mínima emergencial
imprescindível para o combate à crise sanitária, uma
vez que ela ajudará a superar as adversidades
econômicas da quarentena que todos temos que
cumprir.
Além da proposta da renda mínima, as Centrais
propuseram que o Estado libere recursos para que as
empresas, especialmente as micro, pequenas e médias,
possam manter os empregos e honrar suas obrigações,
e a suspensão ou adiamento do pagamento de tarifas
básicas (água, luz, gás e impostos) dando condições
para que famílias e empresas possam reorganizar o
pagamento de suas dívidas e financiamentos.
Estamos avaliando as medidas anunciadas a pouco pelo
governo federal de financiamento para que pequenas e
médias empresas tenham capacidade de pagar os
salários dos trabalhadores, medidas que também
estamos há duas semanas demandando do governo e que
apresentamos ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Essas e outras medidas, que são indicadas pelos
organismos multilaterais e que vem sendo adotadas
pela grande maioria dos países, devem compor um
plano coordenado de enfrentamento da crise
preservando a saúde e a vida de todos e mantendo a
capacidade do sistema produtivo.
A instituição do auxílio emergencial segue para
votação no Senado. Esperamos que a votação seja
urgente, em uma clara demonstração de compromisso e
responsabilidade do Parlamento brasileiro com a
saúde do povo e com a economia do país.
O Brasil não poder ser refém das posições que
minimizam a gravidade da pandemia, muitas das quais
originárias no centro do Palácio do Planalto e
propaladas pelo presidente Jair Bolsonaro.
Sindicatos participam do esforço no combate ao
coronavírus
Somando-se aos esforços de toda a sociedade para frear a disseminação do coronavírus e controlar a pandemia de COVID-19, os sindicatos, federações e confederações de trabalhadores, com o apoio e incentivo das centrais sindicais, colocarão à disposição das autoridades de saúde, federais estaduais e municipais, suas estruturas tais como sedes, colônias de férias e clubes, que possuam condições para serem transformadas em hospitais, ambulatórios e postos de atendimento. Tais estruturas poderão criar cerca de 5 mil novos leitos para pacientes do coronavírus.
A utilização dos espaços cedidos deverá ser operada
pelas autoridades sanitárias. Por isso, os
trabalhadores exigem ação rápida e eficiente de
todas as esferas do poder público e da sociedade
civil no combate à pandemia.
O momento exige medidas para garantir que o
isolamento social necessário prossiga, que se
cumpram as determinações da OMS (Organização Mundial
de Saúde) e as medidas de proteção individual e
coletivas contra o coronavírus.
Com solidariedade, cooperação e trabalho articulado,
planejado e contínuo, venceremos juntos essa crise.
São Paulo, 27 de março de 2020
Sérgio Nobre – Presidente da CUT – Central
Única dos Trabalhadores
Miguel Torres – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah – Presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores
Adilson Araújo – Presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
José Calixto Ramos – Presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores
Antonio Neto – Presidente da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
Fonte: Rede Brasil Atual